The Journal of the Brazilian Society of Cancerology

Vol. 21 nº 60 nov/dez 2021

Eficácia e tolerabilidade de um regime de radiossensibilização de cisplatina 40 mg/m2 semanal modificado para o tratamento radical de carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço localmente avançado com quimioradioterapia: A experiência de um hospital universitário

Bruna Bighetti, Tiago Costa Pádua, Michelle Samora de Almeida, Hakaru Tadokoro, Ramon Andrade de Mello

Divergências entre diferentes especialidades médicas em relação a aferir a pressão arterial no lado tratado em pacientes com câncer de mama

Alexandre Alessi, André Vinícius de Oliveira, Annelise de Jesus Oliveira, Julia de Conti Pelanda, Mateus Rodrigues Alessi, Cicero Urban

Risco de hemorragia cerebral em pacientes portadores de gliomas cerebrais e anticoagulados Rogério Aires, Maria Carla Vieira Pinho, Thiago Salati, Daniel Paz, Rodrigo A. Silva,

Paulo Henrique Pires de Aguiar, Marcos Vinicius Calfat Maldaun

Axillary synovial sarcoma

Alex Guedes, Lucas da Silva Bordoni, Maria Thaine Xavier de O. Lima, Brunno Lutterbach Pires Gomes, Rosana R. B. de B. dos Santos, Lorena Pinto Nascimento, Iguaracyra Barreto de O. Araújo, Bruno Garcia Barreto,
Rodrigo Martins de Andrade, Aparecida Aguiar Lima Guedes

Carcinoma de pequenas células de colo uterino: um relato de caso

Kalysta de Oliveira Resende Borges, Bianca Victória Resende e Almeida, Camila Avelino de Paula, Herbert Cristian de Souza, Giulia Manuella Resende e Almeida, Poliana Pezente, Karla Fabiane Oliveira Maia Penalber,
Luis Eduardo Werneck de Carvalho

Como os atuais recursos de diagnóstico e acompanhamento cardiovascular tem contribuído para a mudança da história natural da cardiotoxicidade aos quimioterápicos

Heron Rhydan Saad Rached, Roberto Nery Dantas Júnior, Marcelo Dantas Tavares de Melo

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Axillary synovial sarcoma

Sarcoma sinovial (SS) é um sarcoma de células fusiformes com diferenciação epitelial variável, classificado como bifásico, monofásico ou variante pouco diferenciada, dependendo da proporção e diferenciação dos componentes epiteliais e fusocelulares. O SS é raro, apresentando incidência anual de 0,5-0,7 por milhão. Possui distribuição semelhante entre os gêneros, podendo ocorrer em qualquer idade, porém afeta mais frequentemente adolescentes ou adultos jovens. Apesar do nome, o SS raramente é intrarticular, sendo que a maioria (70%) dos casos surge nos tecidos moles profundos das extremidades, muitas vezes em sítios justarticulares. O objetivo deste trabalho é relatar raríssimo caso de SS acometendo o cavo axilar de adolescente de 16 anos de idade, tratada mediante ressecção ampla e adjuvância com radioterapia e quimioterapia.

Risco de hemorragia cerebral em pacientes portadores de gliomas cerebrais e anticoagulados

Divergências entre diferentes especialidades médicas em relação a aferir a pressão arterial no lado tratado em pacientes com câncer de mama

Introdução: A suposta associação causal entre linfedema e constrição com esfigmomanômetro tem sido base para a contraindicação da medida da pressão arterial em pacientes sob tratamento de câncer de mama. Fatores complicadores dessa situação são a alta incidência da neoplasia de mama e a desinformação acerca do tópico, a dizer, ausência de recomendações por parte da Diretriz Brasileira de Hipertensão e American Heart Association. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar divergências entre diferentes especialidades médicas em relação a aferição da pressão arterial no lado tratado em pacientes com câncer de mama. Métodos: Foi feita uma análise semi-estruturada transversal virtual por meio de uma enquete online, intitulada “Aferição da Pressão Arterial em Pacientes sob Tratamento de Câncer de Mama” com 334 participantes, dentre os quais 206 (61,68%) são mastologistas, 72 (21,56%) cardiologistas e 56 (16,76%) são de outras especialidades Todas as análises foram feitas por meio do Teste Qui Quadrado. Resultados: A maioria dos mastologistas indica a aferição da pressão arterial, exceto após esvaziamento axilar (p<0.001). Todas as demais especialidades contraindicam o procedimento, tanto após esvaziamento axilar, quanto após mastectomia, biópsia de linfonodo sentinela e radioterapia (p<0.001). Discussão: Dados de estudos observacionais sugerem a não maleficência da aferição da pressão arterial em pacientes sob tratamento de câncer de mama. Sendo assim, conclui-se que os mastologistas possuem maior domínio acerca dos riscos e benefícios da aferição da pressão arterial nesse subgrupo de pacientes.

Eficácia e tolerabilidade de um regime de radiossensibilização de cisplatina 40 mg/m2 semanal modificado para o tratamento radical de carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço localmente avançado com quimioradioterapia: A experiência de um hospital universitário

Background: The objective of this study was to assess the efficacy and tolerability of an alternative weekly 40 mg/m2 cisplatin-based chemoradiotherapy (CRT) for head- and-neck squamous cell carcinoma. Methods: We conducted a retrospective study from 2007-2020, including 102 pa- tients treated at a national reference institution. Results: We divided them into the following two groups for the analysis: group A (41 patients) received a total cisplatin dose less than 240 mg/m2, and group B (61 pa- tients) received a cisplatin dose greater than or equal to 240 mg/m2. The mean time to disease recurrence was 45.68 months in group A and 60.22 months in group B (p = 0.958). The estimated overall survival was 150 months in group A and 116.4 months in group B (p = 0.443). Conclusions: Our group suggests that the 240 mg/m2 cumulative cisplatin weekly schedule could be a better option for CRT than the classic cisplatin regimen.