Introdução: apesar dos benefícios no controle de sintomas e das taxas de sobrevida resultantes dos
diferentes tratamentos em oncologia, muitos pacientes irão apresentar prejuízo na atividade física,
social, cognitiva e psicológica em decorrência dos efeitos colaterais dos medicamentos ou pela progressão clínica da doença, impactando negativamente em sua qualidade de vida. Objetivo: avaliar a
qualidade de vida de pacientes portadores de câncer atendidos no Hospital da Polícia Militar do Paraná
(HPMPR). Métodos: análise descritiva e transversal de 16 pacientes portadores de neoplasia em
estágio clínico avançado e em tratamento quimioterápico. Dados epidemiológicos, clínicos e patológicos
foram considerados. O protocolo EORTC QLQ 30 foi o instrumento utilizado para a avaliação da
qualidade de vida dos pacientes. Resultados: predominaram pacientes do sexo masculino em 62,5%
dos casos. Todos eram sintomáticos ao diagnóstico, sendo a dor o sintoma mais prevalente e presente
em 30% dos pacientes. Neoplasias do trato gastrointestinal foram detectadas em 37,5% dos casos. Em
relação ao performance status, Ecog 1 e ASA 1 foram detectados com frequências de 50% e 43,8%,
respectivamente. Na escala funcional, os itens função física, desempenho de papel e função social
foram os mais afetados na avaliação da qualidade de vida. Fadiga e perda do apetite foram o sinal e o
sintoma mais frequentes. A medida global de qualidade de vida obteve índices elevados, sendo que
50% dos pacientes a classificaram como ótima. Conclusão: o atendimento oncológico multidisciplinar
e contínuo do paciente permite aprimorar o controle de sintomas, resultando em níveis mais elevados
de qualidade de vida, com impacto positivo na adesão do paciente ao tratamento, na sua evolução e,
possivelmente, na sobrevida.