Introdução: O rastreamento do câncer de colo de útero é reconhecido como fundamental para a redução da incidência e mortalidade dessa doença, que ainda é a 4ª causa de morte por câncer, em mulheres no Brasil. Estimativas de infecção por papilomavírus humano de alto risco (HPV) e suscetibilidade ao câncer relacionado ao HPV em homens transgêneros (TM) são comparáveis às prevalências encontradas em mulheres cisgêneros. No entanto, estudos indicam que há disparidades nas taxas de rastreamento do câncer do colo do útero nessa população. Objetivo: Identificar as dificuldades psicossociais enfrentadas por homens transgêneros no acesso ao rastreamento de câncer de colo de útero. Método: Revisão integrativa da literatura na base de dados BVS, em que foram incluídos estudos em inglês e português, publicados no período de 2010 a 2020. Resultados: A análise dos artigos permitiu identificar que as principais dificuldades psicossociais enfrentadas pelos homens transgêneros na realização do rastreamento do câncer de colo do útero são: informações limitadas, a dissonância de gênero, privacidade e vulnerabilidade, desconforto físico, resultados insatisfatórios e questões relacionadas aos serviços de saúde, seguro-saúde e profissionais de saúde. Conclusões: Poucas pesquisas abordam os cuidados com pessoas transgêneros. Muitos profissionais desconhecem as melhores formas de acolhimento dessa população que vivencia situações de estigma, violência e abandono. Estimular discussões sobre como essas barreiras podem ser reduzidas e treinar adequadamente os profissionais da saúde podem proporcionar a melhoria do acesso dessa população ao cuidados de saúde.