INTRODUÇÃO
O cancer de ovário é a sétima neoplasia mais comu- mente diagnosticada em mulheres no mundo e a oitava causa de morte por câncer em mulheres1. Segundo da- dos do INCA, estima-se que 6.650 casos novos de neo- plasia do ovário foram diagnosticados no Brasil duran- te o ano de 2020 e que durante o ano de 2018, houve 3.984 mortes pela enfermidade no país2. De acordo com os dados do Global Cancer Statistics (GLOBOCAN), em 2018 foram diagnosticados no mundo 295.414 novos casos de neoplasia de ovário e 184.799 mortes3.
A etiologia do carcinoma epitelial de ovário (CEO) não é conhecida em sua plenitude, demandando mais estudos. Atualmente há evidências sugerindo que a ori- gem destes tumores está na porção distal da tuba de Falópio, mais precisamente no epitélio fimbrial4. Diver- sos fatores que elevam o risco de câncer de ovário já são conhecidos. Entre eles, podemos citar a predisposição genética, como nas mutações do BRCA 1 e BRCA 2, que estão envolvidas em 65 a 75% dos casos hereditários de CEO, síndrome de Lynch, responsável por 10 a 15% dos CEOs hereditários, Peutz-Jegher e outras síndro- mes raras. Outros fatores de risco incluem o número de ovulações ao longo da vida, história familiar de CEO, tabagismo e condições ginecológicas benignas como endometriose, doença inflamatória pélvica e síndrome dos ovários policísticos5.
Aproximadamente noventa por cento de todos os cânceres de ovário são de origem epitelial (CEO)1. Dentre os CEOs, os principais subtipos histológicos são o sero- so, endometrióide, mucinoso e de células claras6.
Usualmente, o diagnóstico do CEO é tardio, uma vez que em estágios iniciais é uma doença oligossintomática e não há uma estratégia de screening que se mostrou eficaz para o diagnóstico precoce5.
O tratamento inicial do CEO se fundamenta princi- palmente na intervenção cirúrgica e na quimioterapia baseada em platina e taxano7 . Desde a década passa- da é sabido que o tratamento cirúrgico realizado por cirurgião oncológico/ginecológico, principalmente em centro de referência de grande volume de pacientes, tem grande impacto na sobrevida. Este conhecimento surgiu de estudo publicado na Revista Cancer em 2006 e demonstrou que a taxa de sobrevida em cinco anos de pacientes com carcinoma de ovário nos estágios I e II foi de 86% quando a cirurgia foi realizada por cirurgião on- cológico e 70% quando realizada por ginecologista geral e para os estágios FIGO III e IV, a sobrevida em cinco anos foi de 21% e 13% respectivamente3.
O Instituto Hemomed de Oncologia e Hematologia é um centro oncológico privado que oferece atendimento interdisciplinar personalizado e humanizado a pacientes com câncer, com foco em resultados assistenciais. Este estudo tem a finalidade de avaliar o perfil epidemiológi- co da população atendida com diagnóstico de CEO e os resultados da assistência prestada.