A cavidade oral é uma região anatômica de ocorrência de neoplasias malignas, cujo tratamento é
dado por cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia determinando complicações como: dor, alteração
da forma e da função, mucosite, alteração de paladar, xerostomia, candidíase, infecções e osteorradionecrose.
Objetivo: Avaliar a ação médico-odontológica em relação aos cuidados de tratamento
oncológico de pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço. Metodologia: Baseou-se no
estudo prospectivo de 40 pacientes com neoplasia maligna de cabeça e pescoço, admitidos pelo Departamento
de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia e Cirurgia Bucomaxilofacial
do Hospital Heliópolis, São Paulo, com intenção de tratamento curativo, no período de abril a
setembro de 2010. A avaliação foi realizada em três etapas: pré-trans e pós-tratamento de radioquimioterapia.
Resultados: Assim, dos 40 pacientes destaca-se que 23 (57,5%) não-brancos,
cuja idade variou de 30 a 80 anos, (média de 56,1 anos), sendo que 31 (77,5%) eram do gênero
masculino. Agrupados por região de naturalidade, 55% das regiões Norte e Nordeste. A análise de
hábitos mostrou que 32 (80%) pacientes eram tabagistas e 8 (20%) não-tabagistas. Em relação
ao etilismo ativo, 28 (70%) pacientes e, 12 (30%) declararam que não ingerem bebidas alcoólicas.
No D(0), 34 (85%) não apresentaram mucosite; 36 (90%) não apresentaram candidose;
37 (92,5%) não apresentaram xerostomia. No D(15), 8 (20%) apresentaram mucosite; 18
(45%) apresentaram candidose; 12 (30%) apresentaram xerostomia. No D(30), 33( 82,5%)
não apresentaram mucosite, e, ainda, 12 (30%) apresentaram candidose; já, 28 (70%) apresentaram
xerostomia. Conclusão: O médico e o cirurgião-dentista desempenham papel importante
no atendimento de pacientes oncológicos de cabeça e pescoço, pois com frequência são responsáveis
pelo diagnóstico inicial dos pára-efeitos do tratamento, minimizando estes eventos e contribuindo
com uma melhor qualidade de vida.