Perfil do acadêmico fumante do Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná
Introdução: vários estudos indicam o início cada vez mais precoce do tabagismo, com aumento da
prevalência entre universitários. Dados de uma pesquisa realizada em 2011 apontaram uma prevalência
de 20% de fumantes na população entre 12 e 65 anos.
Objetivo: descrever o perfil do estudante universitário quanto ao uso do cigarro. Método: a amostra foi composta por acadêmicos matriculados no Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná da Universidade Luterana do Brasil nos turnos matutino, vespertino ou noturno, de ambos os sexos, na faixa etária de 18 a 54 anos. Ao todo foram respondidos 300 questionários.
Resultados: a idade média do primeiro contato com tabaco relatado pelos jovens foi de 18 anos. Dentre os 300 acadêmicos, 3,7% eram ex-fumantes e 96,3% (n=289) nunca fumaram. Não havia fumante ativo entre os acadêmicos que responderam ao questionário. A faixa etária dos que nunca fumaram ficou compreendida entre 18 e 52 anos, sendo 52% do sexo feminino e 44,3% do sexo masculino. Dentre os acadêmicos, o maior número de ex-fumantes pertencia à área de Ciências Humanas (3,3%), enquanto o menor número dos entrevistados que nunca fumaram eram da área de Ciências Exatas (30%) e o maior número eram da área de Ciências da Saúde (32,3%).
Conclusão: os resultados obtidos revelam uma prevalência nula de acadêmicos fumantes.
Associação de carcinoma papilífero e hipertireoidismo em uma série de 182 casos
Objetivo: avaliar a ocorrência de carcinoma papilífero da tireoide associado ao hipertireoidismo. Métodos: cento e oitenta e dois prontuários de pacientes previamente submetidos à tireoidectomia
total no Hospital de Base do Distrito Federal, em Brasília, DF, por carcinoma papilífero da tireoide
foram avaliados retrospectivamente sobre a existência de hipertireoidismo associado. Todos os nódulos
detectados foram submetidos à punção aspirativa por agulha fina (PAAF) guiada por ultrassonografia.
Os pacientes com diagnóstico ou suspeita de malignidade pela PAAF foram submetidos à tireoidectomia.
A análise anatomopatológica confirmou a malignidade em todos eles. Os pacientes receberam
tratamento complementar com radioiodo e suplementação hormonal tireoidiana a seguir. Nenhum
deles apresentava metástase a distância ao diagnóstico. Os pacientes foram acompanhados por 10 anos
no mesmo serviço sem apresentar recidiva da doença.
Resultados: o hipertireoidismo foi encontrado em nove pacientes (4,9%). Três deles apresentavam doença de Graves nodular (síndrome de Marine-Lenhart), dois tinham bócio multinodular tóxico (BMNT) e os outros quatro apresentavam bócio uninodular tóxico (doença de Plummer).
Conclusão: a ocorrência de carcinoma papilífero associado ao hipertireoidismo é mais frequente do que se pensava, podendo ser encontrado em nódulos de natureza funcional distinta. Ressaltamos a importância do acompanhamento ultrassonográfico e da avaliação complementar de nódulos tireoidianos (sejam eles “quentes, mornos ou frios” à cintilografia) por meio da PAAF, para se excluir a presença simultânea de neoplasia maligna.
Tabus e crenças no tratamento oncológico: investigação nutricional
Introdução: entre pacientes oncológicos, é grande a crença em uma resposta terapêutica positiva por meio de alimentos ou produtos naturais.
Objetivo: identificar o consumo de alimentos, plantas e/ou ervas como crenças e tabus e relacionar com evidências científicas.
Método: trata-se de estudo descritivo- exploratório com caráter quanti e qualitativo, com pacientes oncológicos internados em um hospital de referência de Goiás em tratamento clínico.
Resultados: foram obtidos dados de 29 pacientes com diferentes diagnósticos de câncer, todos em quimio ou radioterapia. Foi identificado o consumo constante de noni, graviola e babosa. A maioria dos pacientes relatou consumir esses produtos em busca da cura do câncer; porém, não foi identificado conhecimento sobre toxicidade.
Conclusão: é explícita a necessidade de um profissional nutricionista especializado para orientar sobre os riscos de reações adversas a tratamentos alternativos.
Utilização de marcadores tumorais para o câncer de mama no Brasil em comparação com os preconizados pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica
Introdução: vários exames podem ser utilizados para o diagnóstico, o estadiamento e o acompanhamento do câncer (CA) de mama. Dosar esses marcadores pode impactar diretamente no tratamento escolhido, na verificação de recidiva de doença e de presença de metástases, visto que essa prática pode orientar para um tratamento mais rápido e eficaz.
Método: a pesquisa foi realizada por meio da comparação entre os marcadores tumorais para CA de mama indicados pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) e os exames realizados no Brasil, por meio da tabela SIGTAP do sistema único de saúde (SUS), convênio e particular, bem como da comparação entre as recomendações da Asco e as da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e do Grupo Brasileiro de Estudos de Câncer de Mama (GBECAM).
Resultados: o SUS contempla os exames antígeno carcinoembriônico (CEA), receptores hormonais ER e PR, amplificação e quantificação proteica do HER2, número inferior aos recomendados pela Asco.
Conclusão: nem todos os marcadores indicados pela Asco são mencionados pela SBOC e GBECAM. Nem todos os exames preconizados pela Asco são realizados via SUS, convênio e particular. A realidade do sistema de saúde brasileiro não segue os mesmos processos de triagem diagnóstica, estadiamento e acompanhamento estabelecidos pela Asco.
Relato de caso: febre em câncer de mama metastático
Febre é um sintoma comum encontrado como manifestação de doença em alguns tipos de tumores
malignos, como linfomas, leucemias e tumores renais; porém, no câncer de mama, é infrequente. A
origem da febre pode estar relacionada com quadro infeccioso, neoplásico, doença inflamatória não
infecciosa ou relacionada ao HIV. Determinar o foco é importante para o direcionamento do tratamento;
logo, a investigação deve ser completa, incluindo exames laboratoriais, culturas, sorologias e exames
de imagem. Neste relato, apresentamos uma paciente do sexo feminino, 38 anos de idade, com diagnóstico de carcinoma ductal invasivo de mama esquerda metastático, internada com quadro de febre a esclarecer.
Carcinoma papilar em cisto tireoglosso: relato de caso
O carcinoma bem diferenciado da tireoide originado de cisto tireoglosso (CT) é uma entidade clínica
rara, com incidência de cerca de 1% entre todos os CT. Apresentamos o caso de uma paciente, com 48
anos de idade, diagnosticada com carcinoma papilar em cisto tireoglosso que, posteriormente, apresentou a mesma patologia na glândula tireoide. O acompanhamento apropriado da glândula é enfatizado.
Relato de caso: leiomioma de cordão espermático
Os leiomiomas são o terceiro tipo mais comum dentre os tumores benignos paratesticulares, acometendo com mais frequência útero, intestino delgado e esôfago, sendo raros em cordão espermático. O diagnóstico diferencial com tumores malignos é o principal desafio em decorrência da semelhança histológica. O tratamento é a ressecção do tumor e o prognóstico é muito bom. Malignização, progressão e metástases são raras, mas recidivas locais podem ocorrer. Este trabalho relata o caso de um homem com diagnóstico de leiomioma de cordão espermático.
Carcinoma adenoide cístico de laringe: relato de caso
O carcinoma adenoide cístico (CAC) é um tumor maligno que acomete as glândulas salivares e que,
raramente, se desenvolve na laringe. O diagnóstico é, geralmente, tardio, em razão de seu desenvolvimento lento na região submucosa. É comum a ocorrência de metástase nos pulmões. Paciente do sexo feminino, 64 anos, diagnosticada tardiamente com CAC de laringe, foi submetida à laringectomia total. Durante o acompanhamento, exames de imagem mostraram a presença de nódulos pulmonares. Após o início do esquema quimioterápico, os nódulos diminuíram.
Associação de tumor estromal gastrointestinal (GIST) e adenocarcinoma de cólon
Introdução: Tumor estromal gastrointestinal (GIST) é uma neoplasia mesenquimal incomum que
compreende a maioria dos tumores considerados gastrointestinais. Existem controvérsias acerca de sua
patogênese, nomenclatura e prognóstico. Na literatura, há ainda poucos estudos que correlacionam GIST
com adenocarcinoma de cólon, embora o número de relatos venha aumentando nos últimos anos e já
existam estudos de biomarcadores para a ocorrência sincrônica de GIST e adenocarcinoma de cólon.
Objetivo: apresentar a associação entre GIST e adenocarcinoma de cólon, por serem tumores gastrointestinais. Método: foram levantados, em relação às duas patogenias, na literatura, características
clínicas, aspectos moleculares, diagnóstico, avaliação, prognóstico e tratamento.
Resultados: o interesse deste estudo encontra-se na sincronia entre GIST e adenocarcinoma de cólon em pacientes sem manifestação específica dessa patogenia, que aparece no momento da laparatomia para análise de GIST. Possivelmente, pode-se explicar essa ocorrência pela existência, em ambos os casos, de metalotioneínas (MT) com uma avantajada afinidade de metais pesados, ligadas a uma família de 10 genes funcionais no ser humano.
Conclusão: a cirurgia é a única modalidade terapêutica com resultados efetivos, com chances de cura, acompanhada da administração de imatinibe como tratamento adjuvante/neoadjuvante.
Sarcoma de partes moles: um estudo retrospectivo
Objetivo: apresentar uma série de casos de sarcomas de partes moles com avaliação dos fatores
prognósticos e da sobrevida.
Método: estudo retrospectivo descritivo envolvendo pacientes com diagnóstico histológico de sarcoma de partes moles. Foram analisadas as seguintes variáveis: idade, sexo, características anatomopatológicas, tipo de operação (radical, marginal, amputação), margens cirúrgicas, quimioterapia e radioterapia, sobrevida global e sobrevida livre de doença.
Resultados: foram incluídos no estudo 24 pacientes com idade média de 50 anos, variando entre 25 e 87 anos. As sobrevidas global e livre de doença foram, respectivamente, de 45 e 41 meses. A localização mais frequente dos tumores foi no membro inferior. O principal tipo histológico foi o sarcoma fusocelular. Os fatores que mais influíram na sobrevida foram o uso de quimioterapia (p=0,484) e o grau histológico (p=0,456).
Conclusão: em virtude do baixo número de casos, não foi possível determinar fatores prognósticos com significância estatística.