O linfonodo N2 é definido como linfonodo comprometido ipsilateral contido entre as pleuras
mediastinais. O estádio III no câncer de pulmão é o mais heterogêneo pela diversidade da doença,
tanto o comprometimento de um único linfonodo em uma única estação ou um linfonodo neoplásico
com invasão de estruturas adjacentes são classificados como N2. Existe também diferença
na sobrevida ao considerar N2 “clínico” e N2 “patológico”, ou seja, definir o comprometimento
neoplásico dos linfonodos somente por presunção, ao invés da confirmação histopatológica. Conhecer
a distribuição, tamanho e o número dos linfonodos mediastinais na população brasileira
é fundamental para saber o que é normal. Pela alta prevalência de doenças inflamatórias, os
nossos linfonodos tendem a serem maiores. Existe uma relação entre o tamanho dos linfonodos
e metástase. Linfonodos de até 2 cm de diâmetro têm baixa probabilidade de serem neoplásicos
(3% para linfonodos de até 1 cm e 5% para linfonodos entre 1 e 2 cm). A partir de 2 cm, a
probabilidade aumenta, 23% para linfonodos entre 2 e 3 cm e 26% nos maiores que 3 cm. Na
avaliação por tomografia, não devemos considerar os linfonodos suspeitos somente pelo tamanho,
mas também pela localização, densidade, calcificação e realce ao contraste. A Tomografia por
Emissão de Pósitrons (PET) oferece medidas para considerar a origem da lesão pulmonar, o
valor de corte do SUVmax (acima do qual a lesão é considerada maligna) é de 2,5 (sensibilidade
de 89% e especificidade de 84%). Outra utilidade do PET é usar a razão entre o SUVmax
do linfonodo mediastinal e o SUVmax do tumor primário. Quando essa divisão for maior que
0,56 há a probabilidade de malignidade, com sensibilidade de 94% e especificidade de 72%.
O avanço do PET-TC possibilita uma melhor conduta para o paciente oncológico. A tomografia
fornece a imagem com alteração anatómica e o PET mostra a atividade metabólica da lesão.
Assim, permite que tomemos uma conduta melhor, baseada em evidências atuais frente a uma
doença agressiva. Para definir a conduta no tratamento é recomendado confirmar acometimento
neoplásico por um método invasivo.